
Volvidos dois anos da implementação do CONVÊNIO “projecto combater a desnutrição crónica na Província de Maputo”, financiado pela cooperação espanhola, através da organização internacional ENRAÍZA DERECHOS, a Rede de Organizações Para Soberania Alimentar, faz uma avaliação positiva dos resultados alcançados até o presente trimestre.

Dentre várias actividade pode-se destacar a promoção de fomento pecuário, ampliação de campos de multiplicação e introdução de novas culturas como a soja no distrito de Magude, como incremento no processo de produção e produtividade agrícola, nas comunidades abrangidas pelo projecto.
No Distrito de Magude, a Associação dos Técnicos Agro-pecuários (ATAP),membro implementador do projecto, além de dar assistência técnica aos camponeses no processo de produção e produtividade agrícola, no mês de Abril, disponibilizou semente diversa de hortícolas aos produtores familiares daquele ponto do país, como forma de atender as necessidades básicas das famílias.

Promover a produção de sementes nativas e a criação de bancos de semente, constitui uma das metas do programa, tanto é que no mês de Abril foram adquiridas 1.3 toneladas de ramas de batata-doce de polpa alaranjada para reposição nas áreas de cultivo, tendo em conta que boa parte dos campos de produção, o equivalente a 50%, foram devastados pelas inundações só no Distrito de Magude.
Dados colhidos pela ROSA, através das associações de produtores familiares, dos Serviços Distritais de Actividades Económicas (SDAE) e os Serviços Distritais de Saúde Mulher e Acção Social (SDSMAS) a nível das comunidades e nos agregados familiares directamente abrangidos pelo CONVÊNIO, apontam para uma redução significativa dos níveis de desnutrição crónica e aumento da qualidade dos excedentes produzidos pelas associações camponesas, comparativamente ao igual período do ano passado.

A análise preliminar feita pela coordenação do projecto, estima que houve uma redução estimada em 40% dos casos de desnutrição diagnosticados pelo programa no igual período do ano passado, nas comunidades abrangidas projecto.
A promoção de oficinas culinárias e capacitação em matérias de processamento de alimentos, com base em material domestico, constitui uma estratégia que esta trazer resultados positivos no tocante a melhoria da dieta alimentar nos agregados familiares. Pois nestas oficinas são ministradas aulas sobre boas práticas alimentares em todos os ciclos de vida e ainda perante o contexto pandémico do COVID19, nas quais são ensinadas receitas culinárias diversas
Na mesma senda, os membros implementadores do programa, têm realizado palestras em volta de temas como alimentação equilibrada para crianças com mais de seis meses de idade e gestantes, calendário de vacinação e da importância do controle do peso. No distrito de Magude por exemplo, apesar dos constrangimentos resultante das inundações que a assolou o distrito em Abril ultimo, o programa realizou visitas domiciliares a 98 agregados familiares como forma de avaliar a implementação das recomendações passadas pelos activistas, beneficiando perto de 210 pessoas das quais 150 mulheres e 60 homens.

Refira-se que a província de Maputo vem sido assolada por uma estiagem sem precedentes, factor que contribuiu significativamente para o fraco nível de produção e produtividade agrícola e consequente aumento dos níveis de insegurança alimentar, derivado da escassez de água suficiente para irrigação dos campos de produção agrícola, consumo humano e abeberamento dos animais. Para contornar esta situação, a ROSA, no âmbito do CONVÉNIO, abriu e instalou um furo de água na comunidade de Pessene no Distrito de Moamba. Uma infra-estrutura que se espera beneficiar pouco mais de três mil habitantes daquele ponto da província de Maputo.

Para além da localidade de Pessene, a agremiação tem em manga, a reabilitação de algumas fontes de captação de água, em alguns distritos abrangidos pelo projecto. Para minimizar os efeitos das mudanças climáticas, os membros implementadores estão a levar a cabo campanhas de reflorestamento e plantio de árvores, como fruteiras, moringa e outras, no seio comunitário.

Importa sublinhar que a Rede de Organizações para Soberania Alimentar é composta por organizações nacionais que tem como missão principal realizar as actividades dos projectos em implementação a nível da base, procurando garantir o direito das comunidades a definir suas próprias estratégias de produção, distribuição e consumo de alimentos que garantam o direito Humano a Alimentação Adequada.
